Descrição Geral
Publicado em 1980, quatro anos depois do golpe militar na Argentina, este é o primeiro romance de Ricardo Piglia. Escrito em plena vigência da censura, num estilo narrativo que mais disfarça do que mostra, o livro é uma vitória luminosa sobre a repressão ao pensamento. Dá uma história?, pergunta-se o narrador ao abrir o texto de Respiração artificial. Se dá, começa há três anos. Em 1976. Não por acaso, o ano em que os militares tomaram o poder na Argentina e instauraram uma ditadura que duraria sete anos, com entre 9 e 30 mil pessoas mortas ou desaparecidas. Com sua ficção, Piglia busca mais do que a verdade: está determinado a dizê-la. Para isso constrói uma trama em que várias histórias e tempos se cruzam, cumprindo a função de camuflar o que o livro realiza: a exposição do arbítrio e da violência em todo o seu horror. Respiração artificial gira em torno dos papéis de Ossorio: um conjunto de antigas cartas guardadas entre os segredos de uma família poderosa. Regidos pela figura central do narrador Emilio Renzi - o desvendador da verdadeira história do país -, os personagens desse livro polifônico conversam uns com os outros, inclusive em diferentes tempos de ação, utilizando pontes como cartas, jornais, literatura e filosofia. Apontado por cinquenta escritores argentinos como um dos dez melhores romances da história da literatura do país, Respiração artificial recebeu o prêmio Boris Vian de romance em 1981. No Brasil, foi publicado originalmente pela Iluminuras em 1987.
Características
- Autor: RICARDO PIGLIA
- Encadernação: BROCHURA