Descrição Geral
Conhecida como Xakila e querida como Xal ,
Adriana Graças Pereira nasceu para ser mais um
brasileiro sem a menor perspectiva de vida,
destinado a roubar e acabar cedo, de forma
violenta, num meio em que a única verdadeira
escolha é entre morrer ou matar. Adriana é um
homem trans e negro, que passou a infância e a
juventude entre orfanatos, abrigos aos 11 anos
foi estuprada dentro da Casa da Criança, em
Santos, cidade do litoral de São Paulo, pelo
homem que fazia a segurança noturna do local
e a rua. Xal, sua autobiografia sem censura,
recém-lançada pela editora Panda Books, é um
relato poderoso de como o Estado e a sociedade
abandonam crianças negras e vulneráveis à
própria sorte. E, como num milagre, Xal superou
tudo isso.
Adriana nasceu mulher, e é essa uma de suas
poucas certezas na vida. Não sabe se esse é seu
verdadeiro nome, nem quem são seus pais, nem
se realmente é de Santos, ou se o dia de seu
aniversário é 9 de maio de 1982, como diz seu
documento. Sabe que, ainda bebê, foi mandada
para um abrigo, em que sofreu as dores do
abandono e do descuido dia após dia.
Foi assim que Xal descobriu a rua, as drogas e o furto a combinação mais vantajosa do que o
que lhe era oferecido no abrigo. Em um caminho destrutivo, caiu na prostituição, se rendeu ao
crack, teve três filhos, viu amigos matarem e morrerem, e foi presa inúmeras vezes. Viveu assim,
com base na lei da sobrevivência, até conhecer Flavia, educadora com experiência em abrigos,
que resgatou Xal do fundo do poço e a ajudou a conhecer a si mesma e a fazer sua transição de
gênero. Hoje, Xal é menina e menino ao mesmo tempo às vezes se refere a si mesmo no
feminino, às vezes no masculino. Tem carteira assinada, amigos, sua própria casa e não dorme mais na areia da praia. Aos 37 anos, ela comemorou pela primeira vez seu aniversário e escreveu
este livro.
Cheia de histórias sofridas, mas com um tom leve de otimismo e esperança, a autobiografia de
Xal critica o Estado brasileiro, que joga as crianças de lá pra cá, de cá pra lá, como se fossem um
problema , e chama a sociedade de criminosa, por não ser capaz de cuidar de seus próprios
filhos. Mais que um registro pessoal, a obra é uma denúncia de um sistema que precisa
urgentemente de mudanças. Mostra um país que o Brasil tem preferido simplesmente renegar. A
história de Xal é um grito de alerta.
Gênero: Biografia
Ano: 2020
Edição: 1ª
Número de páginas:240
Acabamento: Brochura
Formato (Lcm x Acm):13x20
Características
- Autor: ADRIANA GRAÇAS PEREIRA E THALES GUARACY
- Encadernação: BROCHURA
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